O trabalho de frentista de túnel é essencial na construção de grandes obras subterrâneas, como metrôs e rodovias. Esses profissionais realizam funções que envolvem escavação, perfuração e projeção de concreto, operando máquinas pesadas em ambientes desafiadores. Além de operar as máquinas, garantem a segurança das estruturas e das equipes no subsolo.
A profissão exige versatilidade, pois os frentistas precisam dominar várias tarefas, como o carregamento de explosivos e a projeção de concreto. Outro ponto importante é a segurança, com o uso constante de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e atenção à integridade dos colegas. Cada projeto apresenta desafios próprios, como o comprimento e a altura dos túneis, fatores que impactam a complexidade da obra.
Lourival Brasil de Lima, 48 anos, nasce em Mangueirinha (PR) e troca a vida no campo pela profissão de frentista de túnel em 2006. Antes disso, ele trabalha na agricultura, cultivando milho e feijão, mas é nas construções subterrâneas que encontra seu caminho. Hoje, Lourival atua como frentista nível 3 na empresa Pedra Branca, e já desempenha o papel de feitor, substituindo colegas em folgas e férias.
Segundo Lourival, o trabalho exige adaptação e disposição para realizar diferentes funções. Ele destaca tarefas como "bate-choco" e o carregamento de fogo e projeção de concreto. Para ele, a busca por crescimento na empresa é constante. Um de seus maiores desafios acontece em Fundão (ES), onde participa da construção de um túnel com 3.700 metros de extensão e 17,5 metros de altura. "É um serviço complicado, mas completamos sem acidentes", relembra com orgulho.
Lourival reforça a importância de trabalhar em equipe, garantindo a segurança de todos. "Não adianta só eu estar protegido. A gente precisa cuidar dos colegas também", afirma, atento aos riscos da profissão.
Natan Gonçalves Cardeal, 28 anos, natural de São Sebastião do Passé (BA), segue os passos da família ao ingressar na construção de túneis. Filho e sobrinho de encarregados de obras, ele começa sua carreira aos 25 anos, atuando em sondagens de solo em São Paulo. Desde então, trabalha em sete estados diferentes, acumulando uma ampla experiência no setor.
Natan entra na empresa Pedra Branca através de contatos profissionais e destaca a valorização que a empresa oferece aos funcionários. "É difícil entrar, mas também é difícil sair", comenta, destacando o comprometimento da companhia com o desenvolvimento dos trabalhadores. Como frentista, busca constante aprendizado, mas admite ter preferência pelo carregamento de fogo. Seu objetivo é se aperfeiçoar, planejando fazer um curso técnico de mineração para se tornar supervisor.
Ele acredita que um bom profissional precisa ser ágil, mas sem pressa. "Você tem que ser rápido, mas também respeitar os limites da atividade. A segurança sempre vem em primeiro lugar", afirma Natan.
A trajetória de Lourival e Natan ilustra os desafios e as recompensas da profissão de frentista de túnel. Esses profissionais enfrentam rotinas intensas em condições adversas, garantindo que as obras subterrâneas avancem com segurança e eficiência. Embora muitas vezes invisíveis ao público, seu trabalho é fundamental para o desenvolvimento das cidades, sendo crucial na construção da infraestrutura que transforma o cotidiano das metrópoles.