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Setembro de 2024

Intervenção na UHE Picada conclui com sucesso desafio técnico em 23 dias

Obra de Picada. Foto: Acervo PBEsc.
Ovidio Santos
Gerente de engenharia civil e segurança de barragens da Auren Energia.

Em 2023, uma manutenção no túnel de adução da Usina Hidrelétrica Picada (UHE Picada), localizada em Juiz de Fora (MG), foi concluída em 23 dias. A obra na estrutura que transporta água até as turbinas resultou de uma parceria com a Pedra Branca Escavações. A usina é operada pela Auren Energia, uma das empresas do grupo Votorantim. Esse vínculo integra a UHE Picada a uma das principais empresas do setor de energia do Brasil.

Em operação desde 2006, a UHE Picada contribui para o fornecimento de energia. Seu túnel de adução, com 2.466 m de comprimento e seção arco-retangular de 6,25 m de largura por 6,25 m de altura, garante o fluxo contínuo da água em direção às turbinas.

Há cerca de três anos, inspeções indicaram o acúmulo de materiais na área do túnel conhecida como rocktrap, projetada para reter fragmentos soltos que poderiam comprometer o funcionamento do sistema.

O gerente de engenharia civil e segurança de barragens da Auren Energia, Ovidio Santos, explicou que “o túnel já funcionava há dois anos quando identificamos que a região do rocktrap estava saturada, sem capacidade de reter mais material”. A inspeção utilizou um ROV (sigla em inglês), um veículo subaquático operado remotamente.

Foi necessária uma intervenção que inicialmente previa o reforço das paredes do túnel com tirantes e concreto projetado. Durante o processo, foi incluído o telamento em áreas específicas, um tratamento adicional não previsto no plano original.

Desafios para o esvaziamento

Um dos aspectos mais complexos da operação foi o esvaziamento do túnel. Devido às variações de inclinação ao longo do seu percurso, o ele foi feito de maneira controlada, com a utilização de sensores para garantir a segurança da operação. “Levamos tempo para encontrar o ponto ótimo de esvaziamento, ajustando a operação conforme necessário”, afirmou Santos.

Nas palavras do gerente, a participação da Pedra Branca Escavações foi resolutiva, porque a empresa demonstrou flexibilidade para se adaptar ao cronograma exigido. Ainda para Santos, a experiência da empresa possibilitou a execução eficiente das etapas. “Desde o início, a Pedra Branca colaborou em todas as fases, sempre de forma transparente”, observou. Quanto à segurança, não houve registro de incidentes.

Anatomia do sistema de adução

O sistema de adução da UHE Picada começa com uma tomada d'água localizada na margem esquerda do reservatório, equipada com uma comporta de 4,25 m de largura por 6,25 m de altura, que regula o fluxo de água em direção ao túnel. Essa estrutura está situada a 648 m de altitude, para garantir que o fluxo siga de forma eficiente pelo túnel de 2.466 m. A chaminé de equilíbrio, com 6,25 m de diâmetro na base e 12,50 m no topo, protege o sistema contra oscilações de pressão.

Após percorrer o túnel, a água passa por um conduto forçado de 3,5 m de diâmetro e 406 m de comprimento. O conduto se divide em duas partes de 2,2 m, e leva a água até as válvulas borboleta, de onde segue para as turbinas.

Outros projetos assinados por Pedra Branca Escavações

Na Usina Hidrelétrica Fundão, localizada em Pinhão (PR), a empresa foi responsável pelo reparo e manutenção de um túnel de adução com mais de 3,6 mil m de extensão e uma seção de 11,6 por 8,2 m. Entre as atividades realizadas, destacam-se o bombeamento de água, resgate de fauna local, aplicação de concreto projetado com fibras para reforço estrutural, instalação de tirantes e cambotas metálicas, além de procedimentos de drenagem e limpeza para assegurar a segurança do túnel.

Já na Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Linha Onze Oeste, em Coronel Barros (RS), a Pedra Branca executou a escavação e e o tratamento com suportes do túnel de adução, desta vez com 2,9 mil m de extensão e seção de 12 por 7,45 m. As atividades incluíram perfuração, detonação controlada, aplicação de concreto projetado, instalação de tirantes e enfilagens, além de medidas para garantir a estabilidade das estruturas e a segurança da operação.

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Ovidio Santos
Gerente de engenharia civil e segurança de barragens da Auren Energia.

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